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  • Foto do escritorErica Roumieh

Como a pobreza menstrual reflete na educação e mercado de trabalho?

Atualizado: 13 de mar. de 2023


Foto das mãos de uma mulher que usa chinelos rosa segurando um absorvente menstrual
Crédito: SP Invisível

A escola tem um papel social essencial quando se trata de educação, vínculos sociais e desenvolver habilidades físicas e cognitivas. Porém, existem negações diárias do direito à educação que dificultam a trajetória dos jovens, desde a escola até o mercado de trabalho.


Entender o que causa este problema é essencial para chegar em um diagnóstico e assim conseguir criar soluções para resolver este cenário prejudicial aos jovens. Nesse texto, o Fluxo Sem Tabu explica os motivos pelos quais isso acontece e a relação da pobreza menstrual com o mercado de trabalho. Além disso, o texto aborda como podemos ajudar no combate à pobreza menstrual.


Abandono e evasão escolar entre meninos e meninas

O abandono e a evasão escolar entre adolescentes homens e mulheres têm cenários e motivações diversos. A PNAD Contínua (2019) realizou um estudo sobre o Cenário da Exclusão Escolar do Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF). Lá, os números demonstram como o abandono escolar atinge meninos e meninas.


Ao considerar a faixa etária na qual a escolarização é obrigatória (4 a 17 anos), os meninos são maioria entre os estudantes fora da escola. Porém, entre a faixa etária do Ensino Fundamental (6 a 14 anos), a diferença chega a ser 10% maior para os meninos, enquanto no Ensino Médio (15 a 17 anos), o percentual de meninas fora da escola aumenta.


Já os motivos são dos mais variados. Para meninas, ter um filho pode ser um fator decisivo na hora de sair ou faltar à escola durante o Ensino Médio. Dos adolescentes fora da escola, 29,6% são mães, enquanto 13,7% estão fora, mas não tiveram filhos. No caso de meninas, o maior índice de evasão pode ser associado ao mercado de trabalho.


39,3% saíram da escola para trabalhar, enquanto 15,8% ingressaram no mercado de trabalho.


Dificuldades da menstruação

Uma enquete sobre saúde e dignidade menstrual realizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) mostrou que a experiência de menstruar é vista como algo muito difícil para 2 em cada 10 participantes da enquete . Para 45%, é uma experiência mais ou menos difícil e 34% afirmam que “levam de boa”.


Entre quem menstrua, 62% afirmam que já deixaram de ir à escola ou outros lugares por causa da menstruação. Além disso, 73% dizem que já sentiram constrangimento na escola ou em outro lugar público por conta da menstruação.


Entre adolescentes e jovens que menstruam, 35% afirmaram que já passaram por alguma dificuldade por não ter acesso a absorventes, copinhos, água ou outra forma de cuidar da higiene menstrual.


55% das entrevistadas gostariam de aprender sobre menstruação na escola, porém a mesma porcentagem diz que aprende sobre o assunto com suas mães. Enquanto isso, 30% começaram a aprender sozinha sobre menstruação. Apenas 9% aprenderam sobre o tema na escola.


Pobreza menstrual e falta às aulas

Uma em cada dez meninas no mundo deixam de ir à escola quando estão menstruadas. No Brasil, estima-se que sejam uma em cada quatro. Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre as causas para este problema estão a falta de condição financeira para comprar absorventes e de estruturas sanitárias precárias nas escolas.


No total, as estudantes brasileiras perdem até 45 dias de aula por ano devido à pobreza menstrual, segundo o levantamento Impacto da Pobreza Menstrual no Brasil, encomendado por uma marca de absorvente feito pela consultoria Toluna. Entre as causas para este problema estão a falta de condição financeira para comprar absorventes e de estruturas sanitárias precárias nas escolas.


A falta destas meninas na escola dificulta estudantes em situação de vulnerabilidade social a ingressarem no mercado de trabalho e quebrarem o ciclo da pobreza. Ao chegarem ao mercado de trabalho, elas enfrentam dois problemas - que não são mutuamente excludentes: a falta na escola reflete em um buraco em sua educação, que pode tornar o trabalho mais difícil e/ou o problema persiste e a falta na escola se transforma em falta no trabalho.


Como isso reflete no mercado de trabalho?

As faltas de mulheres no trabalho ou até mesmo a falta de uma carreira, leva a economia brasileira a deixar de receber R$ 2.4 bilhões de reais por ano. Esta é a dimensão do problema não apenas para estas mulheres como para todos os brasileiros e brasileiras.


Mais de 5 milhões de pessoas que menstruam e estão inseridas no mercado de trabalho já faltaram ao trabalho por falta de dinheiro para produtos de higiene. Essas faltas geram um prejuízo de R$ 2,4 bilhões na economia brasileira. Os dados fazem parte de um estudo exclusivo do Instituto Locomotiva, encomendada por uma marca de absorventes, que traz os impactos da pobreza menstrual na #educação, na economia e na sociedade como um todo.


A pesquisa revela também que 43% das pessoas entrevistadas têm medo que seus produtos de higiene menstrual não durem até o final da menstruação. Das entrevistadas, 77% já usaram outros itens no lugar de produtos de higiene menstrual. O papel higiênico costuma ser o mais comum nessa situação.


Além disso, 90% acreditam que a menstruação é um processo natural e a sociedade deve falar abertamente sobre o tema. Apesar disso, o tema ainda segue sendo um tabu, e 28% sentem vergonha de tocar no assunto.


O que você pode fazer para ajudar a combater a pobreza menstrual?

Doamos itens de higiene menstrual a pessoas em situação de vulnerabilidade todo mês, além de gerar ações com frequência para incentivar doações. Veja aqui algumas das nossas ações feitas no passado.


No mês de março, o Fluxo Sem Tabu está com a campanha Transforma Fluxo, que irá disponibilizar um curso de moda e modelagem para mulheres da comunidade de Paraisópolis, em São Paulo. A #capacitação será oferecida pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) para mulheres a partir dos 18 anos e acontecerá entre os dias 7 de março e 4 de abril, semanalmente.


A entrega final do curso será a realização de ecobags que irão compor os kits de higiene íntima do Fluxo Sem Tabu. Os kits serão destinados à própria comunidade de Paraisópolis. Clique aqui para fazer sua doação ao Transforma Fluxo.


Para doar no Fluxo Sem Tabu é fácil. Para doar basta você clicar aqui, selecionar o valor e a forma de pagamento que deseja e optar por ser um doador pontual ou recorrente. É super simples e seguro! Sua doação faz com que a gente transforme vidas por todo o Brasil.


Referências


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