Pobreza menstrual: entenda as causas e descubra como combatê-la.
- Eduarda Moro
- 5 de mai.
- 3 min de leitura

Índice: Pobreza Menstrual: Causas e como combatê-la
A pobreza menstrual é um grave problema de saúde pública que afeta milhões de pessoas no Brasil e em todo o mundo. A falta de acesso a absorventes, porém, representa somente a ponta do iceberg. Esse desafio também engloba a carência de infraestrutura básica e a insuficiência de informação de qualidade, resultando em impactos profundos na saúde, na educação e na dignidade de quem menstrua.
Embora a menstruação seja comumente vista apenas como uma fase do mês, os dados revelam uma realidade preocupante. Resultados de uma enquete promovida pelo Unicef, por meio da plataforma U-Report, em parceria com a Viração Educomunicação, mostram que, de 2,2 mil pessoas que menstruam, 19% não possuem dinheiro para comprar absorventes e 37% têm dificuldades de acesso a itens de higiene em escolas ou locais públicos.
Como se já não bastassem esses motivos, elencamos algumas razões para você começar a lutar pela dignidade menstrual. Confira a seguir e junte-se a essa causa!
Por que combater a pobreza menstrual?

Saúde e dignidade em risco: sem absorventes, muitas pessoas recorrem a alternativas como panos, jornais e até folhas. Essas “soluções” improvisadas não são apenas desconfortáveis, como também podem causar infecções e agravar diversos problemas de saúde física e mental.
Barreiras no dia a dia: seis em cada 10 pessoas já deixaram de ir à escola ou ao trabalho por não ter como lidar com a menstruação. Isso impacta diretamente no desempenho escolar e na manutenção de um emprego, comprometendo o futuro profissional e a renda de milhões de pessoas que menstruam.
Desigualdade social: No Brasil, mulheres que pertencem aos 5% mais pobres precisam trabalhar 4 anos só para arcar com os custos dos absorventes que utilizarão ao longo de toda a vida, conforme aponta o relatório do grupo Girl Up. Isso evidencia como a pobreza menstrual é um problema ligado também às desigualdades estruturais de renda e às dificuldades enfrentadas por grupos vulneráveis.
Direito humano básico: desde 2014, a Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece o acesso à higiene menstrual como um direito humano. Ignorar essa necessidade é negar oportunidades, dignidade e equidade de gênero.
Como combater a pobreza menstrual?
Políticas públicas que fazem a diferença
A distribuição gratuita de produtos menstruais em escolas, abrigos e presídios e reduzir os impostos sobre absorventes e classificá-los como itens essenciais são medidas eficazes. Além disso, oferecer opções seguras e acessíveis — produtos internos, externos, descartáveis ou reutilizáveis — permite que cada pessoa escolha o que melhor atende às suas necessidades, com saúde e segurança.
Infraestrutura e saneamento básico
Menstruar com dignidade só é possível com acesso à água limpa, banheiros decentes e saneamento básico. Investir nisso, principalmente onde falta estrutura, é essencial. Afinal, todo mundo merece um espaço seguro e privado para se cuidar, lavar o corpo, trocar o absorvente e descartar o que usou de maneira adequada.
Educação e conscientização
Falar sobre menstruação abertamente é uma forma poderosa de combater o preconceito e a desinformação. Levar educação menstrual para as escolas ajuda a empoderar jovens, tirar dúvidas e acabar com tabus. Essa conversa precisa ser feita de um jeito que faça sentido para cada fase da vida e respeite as diferentes realidades culturais.
Saúde e bem-estar
Cuidar da saúde menstrual vai muito além do absorvente. Ter acesso a profissionais de saúde, informações confiáveis e formas de aliviar dores e desconfortos fazem toda a diferença. Cada corpo é único, e todo mundo merece ter autonomia para entender e cuidar do seu ciclo da melhor forma possível.
Projetos sociais
ONGs como o Fluxo Sem Tabu estão na linha de frente, levando produtos menstruais para quem mais precisa. Apoiar essas iniciativas é fortalecer a luta contra a pobreza menstrual e fazer com que a ajuda chegue a mais pessoas.
Prestes a completar 5 anos de atuação, o Fluxo já impactou mais de 26 mil pessoas em todo o Brasil, graças a uma rede de mais de 280 mil colaboradores comprometidos com um futuro onde menstruar não seja motivo de vergonha ou dificuldade.
Essa mobilização se traduz em números impressionantes: até abril de 2025, foram distribuídos 365.741 absorventes, 8.440 sabonetes, 7.380 lenços umedecidos e 6.310 calcinhas, itens essenciais para garantir dignidade menstrual.
Todos juntos, inclusive você
A mudança só acontece com o envolvimento de todos. Governos, empresas, organizações e cidadãos devem atuar juntos: por meio de doações, ações de conscientização ou pressão por políticas públicas.
Menstruar não deve ser um impedimento para nada. O acesso a produtos menstruais é um direito humano fundamental que precisa ser garantido para promover a dignidade de todas as pessoas que menstruam.
Você pode fazer a diferença e leve dignidade a quem mais precisa.
Muito bom